sábado, 28 de junho de 2014

Arqueologia


Existem camadas que encobrem 
a verdadeira arte que vive em 
cada um. Camadas espeças que 
se camuflam de traumas. 

Reviro a terra que me encobre 
em busca da arte. Não vejo, só 
há ecos, nem uma palavra, ou 
forma. 

Viajem imperfeita, sombria em 
busca de luz, sem altos ou baixos
apenas a dor vazia do nada da 
existência. 

Um nada repleto daquilo que nos 
faz falta. Falta de que? Sujeira nas 
unhas  reviradas de barro, 
desencontros, armas íntimas sem 
mais. 

Te busco, me busco, te choro, talvez
camadas submersas, num revirar 
que já virou lodo de tanto mexer.

Senhorita do talvez, mulher sem 
olhos, tateando a alma, sugando 
o ar. Narinas espessas, migalhas
aos montes.

Erguendo os braços, as pernas 
e o olhar, sem rodeios apenas 
respiro e limpo as mãos. 

Sou eu, não você, façamos 
um trato. Me torno mulher 
desfaço os traços me jogo 
no mundo, te jogas em mim.


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