Existem camadas que encobrem
a verdadeira arte que vive em
cada um. Camadas espeças que
se camuflam de traumas.
Reviro a terra que me encobre
em busca da arte. Não vejo, só
há ecos, nem uma palavra, ou
forma.
Viajem imperfeita, sombria em
busca de luz, sem altos ou baixos
apenas a dor vazia do nada da
existência.
Um nada repleto daquilo que nos
faz falta. Falta de que? Sujeira nas
unhas reviradas de barro,
desencontros, armas íntimas sem
mais.
Te busco, me busco, te choro, talvez
camadas submersas, num revirar
que já virou lodo de tanto mexer.
Senhorita do talvez, mulher sem
olhos, tateando a alma, sugando
o ar. Narinas espessas, migalhas
aos montes.
Erguendo os braços, as pernas
e o olhar, sem rodeios apenas
respiro e limpo as mãos.
Sou eu, não você, façamos
um trato. Me torno mulher
desfaço os traços me jogo
no mundo, te jogas em mim.
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